quarta-feira, 11 de setembro de 2024

 Ontem duas pessoas me fizeram pensar em uma palavra que na verdade se desdobra em muitas: compromisso.

Já se perguntou qual o seu compromisso com a vida, com a sua vida e com a vida dos que vem de você. Qual o compromisso com os seus pais, irmãos e marido/esposa, compromisso com amigos, trabalho e sociedade?

Karma é sobre compromisso em aprender e ensinar, compromisso requer maturidade e desapego, requer estar presente e atuar de forma positiva em todas as situações que decorrem ao longo do dia, da semana, mês e ano. Porque é fácil entrar no papel da vítima, do tirem-me daqui, tirem-me esta dor, da fuga para frente, mas isto resolve a situação ou a questão?

Talvez, e por isto mesmo, o compromisso e calvez seja das qualidades que mais custa a se desenvolver, porque é deixar ir ilusões e medos, é tomar responsabilidade, e viver a vida tal e qual ela é. É fazer o melhor que se pode com o que se tem no momento, porque vão sempre existir "problemas", "questões" na vida para serem resolvidas, vividas, e por vezes só a aceitação já é todo o processo em si.

Aprender e respeitar os nossos limites, aprender e aceitar que são nossas escolhas e que precisamos cumprir bem com elas até ao final. Não é dizer vamos e a meio do caminho, acordar e dizer não vou mais... onde está o compromisso aqui, onde está o respeito aqui?

Há situações que pedem por outra forma de compromisso, que é o compromisso com a sobrevivência e segurança da sua própria pessoa, e então este é o compromisso maior, mas se chegar neste ponto também precisa perceber que não acolheu os sinais anteriores, e eles sempre acontecem, temos é que estar presentes para os perceber.

Quando falamos de estar presente e atentos, é um aprendizado diário, não é algo que se aprende e já está. É um exercício de todos os dias, porque é fácil evadir-se e ter justificações fantásticas para tal, como a espiritualidade, como o outro é o culpado... mas onde está você nisto tudo?

Uma das razões pela qual amo tanto o Kaiut Yoga e as aulas que dou e faço, é que durante as aulas aprendemos a lidar com as nossas limitações e dores sem fugir delas, somando e acolhendo cada uma delas, aprendemos a estar conscientes de nós próprios e aceitar quem somos e como estamos agora, que pode ser bem diferente de como vamos ou podemos estar amanhã. E que precisamos primeiro estar conscientes disto, para então podermos atuar de forma gradual e progressiva na cura, na solução, na adaptação.

Fugir dá trabalho, ficar também, qual o preço que cada um está disposto a pagar é que diferencia uma ação da outra.

Quando tudo estiver escuro que cada um possa acender a própria luz, e perceber que não existimos sozinhos, nascemos e morremos sós, mas durante a vida não estamos sós e temos compromissos que precisam de nós e do nosso melhor.

Uma semana de luz para todos.

Namaste,

 

Jaqueline Reyes

www.jaquelinereyes.com

www.kaiutcascais.com