Como Domar o Nosso Dragão Interior?
O maior dragão é sempre o nosso pensamento. Esta ideia voltou a mim com força na semana passada, enquanto lidava com uma verdadeira torrente de pensamentos que oscilavam entre "vai dar tudo certo" e "cuidado, tudo vai dar para o torto".
Eram tantos, que precisei de um tempo só para cuidar deles. Mas não só dos pensamentos em si – fui atrás do que os estava a gerar. Porque não basta tratar o sintoma; é essencial tratar a causa.
Foi por isso que passei anos a estudar Naturopatia, Homeopatia e Acupuntura com foco em psicopatologia. E é também por isso que adoro o trabalho orgânico do Kaiut Yoga – aquela linda dança de corpo-mente-corpo.
Perceber a origem das coisas mostra-nos que acalmar a mente é como domar um dragão. Depois de apaziguado, é um doce. Mas enquanto está na sua crise de poder e ego, cospe fogo para todo o lado: "Isto não vai resultar", "Devias ter feito aquilo", "Não está certo." São milhões de palavras que, juntas, podem afastar-nos do nosso centro, se estivermos distraídos.
E como é que resolvi?
Primeiro, olhei para os pensamentos com olhos de ver. Não fugi. Fui para o tapete de yoga acalmar a mente e a agitação interna com uma aula profunda – onde todas as restrições vieram dizer olá.
Quem pratica Kaiut Yoga sabe: olhar para a dor e para a restrição é um processo profundo. Não fugimos; paramos, observamos, deixamos acomodar e acolhemos. E, nesse percurso, a restrição dissolve-se e a luta interna acalma.
Depois, parti para outro processo: a Fé. Falar com Deus, porque sem fé nada nesta vida acontece. Fé de que tudo vai correr bem, e fé de que, mesmo que não corra, eu vou ficar bem. E isso trouxe a pergunta chave:
"Fizeste tudo o que devias ter feito?"
Se a resposta é "sim", então é hora de entregar e confiar que o melhor vai acontecer. A minha resposta honesta foi "sim". Estou a fazer tudo o que posso, chegando a um ponto de exposição pessoal que, para quem me conhece, sabe ser o meu oposto natural. Gosto de tom discreto. Mas se é para fazer, que seja bem feito – e é isso que estou a fazer neste novo recomeço.
Foi uma semana dura. E a maior dureza era eu mesma. Se estou a dar o meu melhor, só me resta aceitar: o que vier será como tem de ser.
Para os controladores e perfeccionistas (e eu assumo-me em ambos os campos), esta entrega é o maior dos desafios. Este ano, Deus preparou-me tudo, menos um caminho tranquilo. E lá vou eu, um dragão de cada vez, um desafio de cada vez, grata pelos recursos que tenho para lidar com tudo.
Sem o yoga, sem a fé, sem pessoas fantásticas a dar-me feedback honesto, esta jornada seria muito mais pesada.
Por isso, quando a vida complicar, lembra-te: não fujas. Para. Encontra formas de tratar a causa, e não apenas o sintoma. O sintoma vai e vem. A causa, quando tratada, perde o poder e o peso. A vida fica mais leve – nem sempre mais fácil, mas ser leve já é muito bom.
Que novembro chegue com a gratidão de quem está a terminar o ano com muitos assuntos resolvidos. Porque é melhor tratar de tudo e começar a ver a luz ao fundo do túnel.
Com gratidão,
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