quinta-feira, 5 de março de 2015

amor...


as formas do amor e suas sombras...

...as pessoas falam de amor universal, de aceitação plena, de formas de amor e de amar que por vezes consigo reconhecer, outras compreendo... mas há formas de amar destrutivas onde o ego tem um valor maior do que tudo, até mesmo que a própria pessoa, que para mim só tem um palavra: curar!
Amar, como cada um sabe, é um processo pessoal nem sempre fácil já que nascemos para aprender a amar e perdoar, amar e aceitar, amar e não se perder, amar e dar, amar e receber... o amor tem tantas facetas fantásticas que optar pelo amor e destruição é o próprio desconhecimento do amor, ou então, é o medo de amar. Seja como for, o amor destruição existe para que ambos busquem a cura, a harmonia, a paz dentro deles mesmos... uma paz que não vai encontrar em ninguém mais e em nada que faça.
As pessoas que buscam este tipo de amor precisam aprender lições duras de perdão e aceitação, de autoconhecimento. Afinal o primeiro passo para tudo é olhar para si mesmo e honestamente reconhecer que a sua forma de amar possui linhas destruidoras que podem dar cabo de si mesmo ou do outro. Reconhecer em si esta veia escura é um por si só um trabalho herculeo, pois requer uma honestidade e uma grandeza que poucos se permitem. Mais fácil é dizer que a culpa é do outro, ou ainda que o outro precisa de mudar para adaptar-se a forma destuidora de amar.
Em muitos casos o parceiro acaba por aceitar esta missão de adaptar-se, por amor faz-se muito. Mas ao aceitar isto, assinou o termo que permite ao outro avançar sem dó sobre a sua pessoa, sobre as sua vida e a longo prazo não vai resultar bem, simplesmente porque o instinto de preservação vai falar alto e exigir que este indivíduo lute pela própria vida, pelo ar e espaço que precisa para existir. É quando as crises entre relacionamentos começam por surgir de forma implacável, sem meios de fuga e tão evidentes que os envolvidos se perguntam como permitiram chegar neste ponto.
Como mãe vejo este tipo de amor absoluto e destruidor em muitas amizades que começam por interesses em comum, risadas e boas brincadeiras, então outras crianças se aproximam, afinal quem não quer participar desta galhofa toda?
Pois, mas é que vem ao de cima a sombra do amor destruidor que exige do colega, do amigo, do companheiro uma fidelidade canina do ser só "meu" amigo. Do ficar infeliz porque o outro brinca com várias outros amigos e consegue viver bem comigo e sem o "amigo". A lista de cobrança é tamanha que me pergunto como coube num espaço de gente tão pequeno...
Há meses atrás, tive que dizer pra minha filha que olhasse o que estava se passando com uma amizade que parecia ser tão legal, mas onde a criança em questão criava sempre uma crise a cada vez que a minha filha brincava ou falava com outra pessoa que não a tal amiga. Resultado disto, é que a veia destruidora desta menina tentou de todas as maneiras, até chantagem e mentiras, para que ninguém brincasse com a minha filha. Só andamos aqui a criar seres humanos decentes e dissemos a ela que buscasse por outras crianças, fosse ler para a biblioteca do colégio... enfim que se amasse a ponto de perdoar a menina, mas de criar o seu próprio espaço. Hoje a minha filha tem novas amigas, fala com as antigas, mas aprendeu que amor de louco dura pouco.
Amor de louco é o que muitos adultos praticam quando querem que a pessoa viva só para o casal, ou deixe os amigos, ou deixe a família, há amores onde a pessoa chega ao cúmulo de não querer que o pai ou a mãe dê atenção ao próprio filho... você pode pensar que esta pessoa é má, mas ela não é má, ela está doente.
Aprendi amar as pessoas como elas são, nem tudo me agrada ou nem toda verdade do outro serve para mim, mas tudo bem. Não estou buscando pessoas perfeitas, estou encontrando pessoas que amo pelo que vejo para além do que elas mostram. Não sou boazinha e nem queridinha...risos... só sei que as sombras de todos nós são para serem curadas, tratadas e não elevadas ao expoente da doença.
Tive e tenho que ultrapassar todos os dias as minhas próprias sombras do amor portanto sei bem o que é isto, todos no fundo sabemos, e então aceito os processos de cada um, mas não vou ser nunca conivente com a detruição de quem quer que seja, isto é contra o meu ser.
Posso entender a necessidade da pessoa ir até o limite dela para depois dar a volta a situação, mesmo que para mim o limite pareça demasiado extendido...risos..., mas é com cada um, é o ponto onde cada um se transforma, sai do casulo, da prisão, para as asas da liberdade e vai ser feliz.
O amor tem muitas facetas, tantas que nem dá para enumerar ou classificar, mas sem amor não vamos para lado algum. Então comece por você, ame-se a ponto de não precisar de ninguém mas viver bem com toda gente. Ame-se a ponto de deixar o outro crescer porque você o ama e o quer feliz. Ame o outro a ponto de dar a ele a liberdade de ser quem é, de ir e vir na vida... porque só o amor pode curar.
Hoje entendo que o amor é maior do que qualquer ideia que alguma vez tive e vivo-o da melhor maneira que posso.
Se ama alguém lembra de não destruí-la, não importa o que tenha vivido no passado, não importa a sua história de vida ou escolhas, lembra que uma vez que você destrua esta pessoa destuiu muito mais a você mesma e a sua vida. E começar pelas ruínas é algo solitário...
"...ama o outro como a ti mesmo..." e voltamos ao princípio que sem amor próprio e autoestima estamos fadados a não amar...
Que o amor possa ser a ponte na sua vida.



Escrito por Jaqueline Reyes às 14h23

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