11/07/2006 |
Viver Não Doi...
Depois de ler este poema, fiquei pensando nas vezes em que as experiências que escolhi viver foram mais doloridas do que prazerosas.
Naquele tempo se tivesse a consciência de hoje teria me divertido mais com os "nãos", aproveitado mais os "sims" e com certeza não perderia tanto tempo na "dor".
Afinal, tudo passa e nada é para sempre.
E esta afirmação que é tão libertadora hoje, foi no passado uma forma de digamos "auto-defesa". E me pergunto do que precisava me defender. A resposta vem de forma clara e de certa forma "assustadora" : do medo de viver, do medo de que os sonhos realmente se concretizassem (afinal, todos diziam ser difícil, impossível...).
As ilusões que criei baseado no "pré-conceitos" dos adultos a minha volta fizeram com que as minhas escolhas até certa idade correspondessem a estas "verdades".
Já pensou em quantas vezes fez escolhas, tomou decisões baseadas nos "medos" e "pseudo-verdades" de quem conhecia e amava ?
Viver não dói, mas certamente nos faz conhecer a "dor" e depois disto podemos optar por continuar no caminho da "dor" ou trilhar o caminho do "amor".
Haverá sempre mais de uma opção em cada momento de escolha e decisão nas nossas vidas. Nada nunca vem só ou vai só, é a lei da dualidade e complementariedade funcionando no Universo.
Quer acreditemos ou não, quer queiramos ou não, tudo passará por nós e pelas nossas escolhas conscientes ou inconscientes.
Por isto é tão importante conhecer o nosso inconsciente, a nossa sombra e saber tirar o melhor partido dela.
E o mais engraçado nisto tudo é que quando somos crianças, temos plena consciência do todo que somos - da luz e da sombra, do sim e do não...
Por isto existem tantas terapias que tratam da nossa criança interior, o resgate de nós próprios e do nosso eu mais profundo e honesto.
Que a vida possa correr de forma clara e positiva pra cada um de nós.
Que possamos ter sempre a coragem necessária para ir, para viver, para amar, para dar o passo seguinte... e simplesmente seguir vivendo !
Namastê,
Jaqueline Reyes
Viver não dói - (Carlos Drummond de Andrade)
Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas,mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Por que sofremos tanto por amor ? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projecções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema,para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente connosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Como aliviar a dor do que não foi vivido ? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais !!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.A dor é inevitável. O sofrimento é opcional. Escrito por Jaqueline Reyes às 08h30 |
quinta-feira, 5 de março de 2015
viver não dói...
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