quinta-feira, 5 de março de 2015

mudar é preciso...


Mudar é preciso...

Quando olho para a trás na vida percebo que todas as mudanças que ocorreram foram em última instância processos que por vezes foram doloridos, lentos, quiça até difíceis ou não mas que me conduziram num crescer. Crescer como pessoa, crescer como mulher, crescer como profissional, crescer como amiga, crescer como companheira, crescer como filha e depois como mãe... todas as mudaças sem exceção me levaram a crescer querendo ou não.
Mudar é um processo que nos faz despir não só o corpo, mas despir a alma. Nos obriga a rever tudo, dos conceitos aos sentimentos, da matéria ao espírito... parace que todas as caixinhas internas são reviradas, são mexidas, são tocadas... não há como mudar sem abrir tudo para criar espaços, para deixar ir, para olhar para tudo aquilo e reviver, repensar...
E nesta fase de re-ver, ver de novo, percebo o muito que caminhei, o muito que ainda tenho que deixar ir... e deixar ir o medo de mudar, o medo do que a mudança pode trazer ou tirar agora não só da minha pessoa, mas dos que amo. Parece que este processo "piora" ou fica mais"duro" quanto mais gente estiver envolvida nele. Por que aí não são só os nossos sentimentos, medos e esperanças, mas daqueles que nos tocam também.
Como pessoa não se chega aos 45 anos sem ter mudado muito, sem ter ganhado e perdido muito, a vida não nos permite isto.
Como mãe é perceber que há muito que posso fazer, mas ainda há mais do que nada ou pouco posso fazer, e então vem um exercício de entrega, de fé e de aceitação que é maior do que a vida. Não dá para mudar sem ter dúvidas e certezas, sem ter medos e esperanças, sem acreditar ou minimamente esperar que seja para melhor.
Álias, sempre acreditei que mudanças são para melhor sempre, ainda que não percebamos muito bem isto no começo. Mas depois de atravessar o túnel escuro, de quem já não está num ponto e ainda não chegou no outro, sempre tem-se aquela sensação de que foi bom, de que valeu a pena.
Acho que mudar para cada um tem um significado, um modo de acontecer que vai desde o suave até o radical, depende das resistências e apegos de cada fase da vida... mas independente do significado tem etapas que não se pulam.
A etapa do querer ou desejar mudar, é um misto de sentimentos que nos invadem gerando uma insatisfação, uma sensação de que algo não está completo, de que o corpo, a mente ou o espiríto precisam de mais qualquer "coisa". E nesta etapa ansiamos ou desejamos mudar algo, por vezes nem se sabe direito o que se quer mudar, ou o que precisa ser mudado. Mas a necessidade está ali presente e tomando forma.
Então o Universo percebe isto, e aqui sempre me pergunto se ele percebe isto antes de nós mesmos e nos inspira a isto, ou se percebe o que sentimos e então começa a soprar os ventos para tal acontecimento. Seja como for parece que tudo vai se encaixando ou desencaixando... mas fato é que os ventos da mudança agitam criam ondas que nos fazem nos mexer.
Não dizem que por vezes só aprendemos a nadar quando a água bate no nosso traseiro?
Quando a água está bem perto, começa a etapa do qual a direção seguir, é o tomar consciência do que de fato queremos ou precisamos mudar. Aqui é preciso humildade, uma humildade de quem se conhece e conhecendo-se desta maneira mais profunda ou honesta, entende que atingiu um limite ou patamar que requer expansão ou simplesmente abrir mão do controle. A pessoa humilde aceita que é hora, aceita que há o tempo de plantar e o de colher, o de nascer e o de morrer. Neste ponto de norte a chave é a honestidade e a prioridade, porque o ego pode se disfarçar de humildade e aceitação, daqueles estados de absoluta abnegação que depois se transformará num agente cobrador de tudo e de todos.
Saber qual é o seu norte, é já ter alguma consciência de quem se é, do que se quer ou pelo menos saber o que não se quer de todo. Grande passo este de saber o que não se quer.
Partimos da necessidade para o norte, mas então entra o compasso de espera, qual é o tempo certo para cada mudança? Quando mudar? Perguntas e mais perguntas, é a etapa do medo. O medo existe não como uma sombra que deveria aterrorizar, mas como um sentimento que nos faz questionar. E se tem uma coisa que é muito importante numa mudança é de fato a capacidade de racionalizar tudo, de pesar tudo, de pensar tudo, de questionar tudo e todos... não dá para entrar num barco de mudança sem estar com os olhos bem abertos. Do contrário o baque emocional e físico podem ser demasiados, e sem estas estruturas mudar se transforma em dor que pode se tornar insustentável.
Passado este tempo do medo, da noite escura da alma, finalmente vê-se alguma luz surgir, a etapa da esperança e criação. Nesta etapa ainda não estamos de todo sem as marcas do "medo" mas já se comece a perceber que o "objeto" do desejo de mudar afinal era algo pertinente. Vem um alívio junto com esta contestação, porque ninguém parte para uma mudança sem ter alguém que nos fique a paulatinamente dizer: será? Olha que lá pode ser pior? O desconhecido é desconfortável?
Parece que o medo que havia dentro de nós fica ali sendo reprisado e repetido por aquele ou aqueles seres de uma forma a minar o estabelecer da etapa da esperança e criação. Então ficamos entre o que queremos e o que já temos. A etapa da escolha clara e definitiva de embarcar ou não no mudar.
Quando se chega nesta etapa da escolha, tem algo interessante, porque quando a acolhemos é uma sensação poderosa de liberdade, de poder, de que tudo podemos. Mas precisamos de estar atentos para não criar ilusões.
Confesso que sou mental para tudo isto, tenho sempre mil perguntas e dúvidas, mil planos e processos...risos... sou a mulher da organização e do controle. E talvez por isto mesmo mudar para mim precisa de ser algo que eu possa minimamente organizar.
E na etapa da escolha a chave é a organização e a fé. É preciso muita fé para dar este passo definitivo de mudar. Porque não sabemos de todo o que nos espera do outro lado da ponte, do outro lado do rio... temos a impressão de que pode ser tudo de bom, mas também temos a sombra do medo dizendo: será?!
Ultrapassadas estas fases todas vem uma que é preciosa, é hora de desapegar, de deixar ir, de dizer adeus... o desapegar já é mais fácil, os anos ajudam nisto. O deixar ir já é um pouco mais complexo porque a idade também nos diz que nem sempre voltamos a ver este ou aquele personagem, tudo mudará e deixar ir é aceitar que tudo muda. Dizer adeus é o misto do desapego com o deixar ir só que numa base muito mais emocional, passional, porque envolvem pessoas que amamos ou não. É aqui que fica o que tem que ficar e parte o que precisa partir, não é processo doce ou suave, é talvez depois da noite escura da alma, a etapa que mais requer fé e amor. Um amor maior do mundo por você mesmo, pela vida, pela esperança de dias melhores.
Estamos quase no final da ponte onde voltar já não é possível e agora é sempre em frente. Avante soldados! Somos soldados das nossas vidas, somos os que lutam para sermos melhores, mais felizes mais realizados.
Quando cruzamos mesmo a linha de chegada que é a etapa do estabelecer-se precisamos estar inteiros, o que nem sempre ocorre porque entre um passo e outros de uma etapa para outra, vamos nos perdendo e achando, vamos nos fortalecendo e enfraquecendo... é a dualidade no seu melhor. Mas chegar do outro lado nos faz ver a luz de novo, é como o nascer do dia que traz esperanças, que traz uma brisa suave de quem diz: bem vindo!
Então, olhamos para trás e percebemos que tal e qual o conto de Platão sobre a caverna, a gente tinha medo de mudar, mas ao aceitar o desafio crescemos muito e temos muito para contar, temos em nós memórias que não possuem preço e que vão contar muito quando só que tivermos forem as memórias do que vivemos.
Sim, mudar dá medo, um medo que nem sempre é facil de se ultrapassar, que nos faz guerrear com Deus e o mundo, até nos rendermos humildemente as evidências de que tudo acontece por obra divina. E somos deuses em ação. Somos frutos das nossas escolhas e escolher mudar é vencer a nós próprios primeiro, e tornar a fé não um ato isolado de oração, mas uma atitude permamente de confiança de que Deus sempre olha por nós.
Hoje sinto que Deus olha por mim, olha pelos meus onde quer que eles estejam. Mas sempre que posso rezo e digo que seja para o nosso bem maior, porque não quero errar com ninguém muito menos com quem amo mais do que tudo.
Que Deus olhe por todos e por você também!


Escrito por Jaqueline Reyes às 05h16

amor...


as formas do amor e suas sombras...

...as pessoas falam de amor universal, de aceitação plena, de formas de amor e de amar que por vezes consigo reconhecer, outras compreendo... mas há formas de amar destrutivas onde o ego tem um valor maior do que tudo, até mesmo que a própria pessoa, que para mim só tem um palavra: curar!
Amar, como cada um sabe, é um processo pessoal nem sempre fácil já que nascemos para aprender a amar e perdoar, amar e aceitar, amar e não se perder, amar e dar, amar e receber... o amor tem tantas facetas fantásticas que optar pelo amor e destruição é o próprio desconhecimento do amor, ou então, é o medo de amar. Seja como for, o amor destruição existe para que ambos busquem a cura, a harmonia, a paz dentro deles mesmos... uma paz que não vai encontrar em ninguém mais e em nada que faça.
As pessoas que buscam este tipo de amor precisam aprender lições duras de perdão e aceitação, de autoconhecimento. Afinal o primeiro passo para tudo é olhar para si mesmo e honestamente reconhecer que a sua forma de amar possui linhas destruidoras que podem dar cabo de si mesmo ou do outro. Reconhecer em si esta veia escura é um por si só um trabalho herculeo, pois requer uma honestidade e uma grandeza que poucos se permitem. Mais fácil é dizer que a culpa é do outro, ou ainda que o outro precisa de mudar para adaptar-se a forma destuidora de amar.
Em muitos casos o parceiro acaba por aceitar esta missão de adaptar-se, por amor faz-se muito. Mas ao aceitar isto, assinou o termo que permite ao outro avançar sem dó sobre a sua pessoa, sobre as sua vida e a longo prazo não vai resultar bem, simplesmente porque o instinto de preservação vai falar alto e exigir que este indivíduo lute pela própria vida, pelo ar e espaço que precisa para existir. É quando as crises entre relacionamentos começam por surgir de forma implacável, sem meios de fuga e tão evidentes que os envolvidos se perguntam como permitiram chegar neste ponto.
Como mãe vejo este tipo de amor absoluto e destruidor em muitas amizades que começam por interesses em comum, risadas e boas brincadeiras, então outras crianças se aproximam, afinal quem não quer participar desta galhofa toda?
Pois, mas é que vem ao de cima a sombra do amor destruidor que exige do colega, do amigo, do companheiro uma fidelidade canina do ser só "meu" amigo. Do ficar infeliz porque o outro brinca com várias outros amigos e consegue viver bem comigo e sem o "amigo". A lista de cobrança é tamanha que me pergunto como coube num espaço de gente tão pequeno...
Há meses atrás, tive que dizer pra minha filha que olhasse o que estava se passando com uma amizade que parecia ser tão legal, mas onde a criança em questão criava sempre uma crise a cada vez que a minha filha brincava ou falava com outra pessoa que não a tal amiga. Resultado disto, é que a veia destruidora desta menina tentou de todas as maneiras, até chantagem e mentiras, para que ninguém brincasse com a minha filha. Só andamos aqui a criar seres humanos decentes e dissemos a ela que buscasse por outras crianças, fosse ler para a biblioteca do colégio... enfim que se amasse a ponto de perdoar a menina, mas de criar o seu próprio espaço. Hoje a minha filha tem novas amigas, fala com as antigas, mas aprendeu que amor de louco dura pouco.
Amor de louco é o que muitos adultos praticam quando querem que a pessoa viva só para o casal, ou deixe os amigos, ou deixe a família, há amores onde a pessoa chega ao cúmulo de não querer que o pai ou a mãe dê atenção ao próprio filho... você pode pensar que esta pessoa é má, mas ela não é má, ela está doente.
Aprendi amar as pessoas como elas são, nem tudo me agrada ou nem toda verdade do outro serve para mim, mas tudo bem. Não estou buscando pessoas perfeitas, estou encontrando pessoas que amo pelo que vejo para além do que elas mostram. Não sou boazinha e nem queridinha...risos... só sei que as sombras de todos nós são para serem curadas, tratadas e não elevadas ao expoente da doença.
Tive e tenho que ultrapassar todos os dias as minhas próprias sombras do amor portanto sei bem o que é isto, todos no fundo sabemos, e então aceito os processos de cada um, mas não vou ser nunca conivente com a detruição de quem quer que seja, isto é contra o meu ser.
Posso entender a necessidade da pessoa ir até o limite dela para depois dar a volta a situação, mesmo que para mim o limite pareça demasiado extendido...risos..., mas é com cada um, é o ponto onde cada um se transforma, sai do casulo, da prisão, para as asas da liberdade e vai ser feliz.
O amor tem muitas facetas, tantas que nem dá para enumerar ou classificar, mas sem amor não vamos para lado algum. Então comece por você, ame-se a ponto de não precisar de ninguém mas viver bem com toda gente. Ame-se a ponto de deixar o outro crescer porque você o ama e o quer feliz. Ame o outro a ponto de dar a ele a liberdade de ser quem é, de ir e vir na vida... porque só o amor pode curar.
Hoje entendo que o amor é maior do que qualquer ideia que alguma vez tive e vivo-o da melhor maneira que posso.
Se ama alguém lembra de não destruí-la, não importa o que tenha vivido no passado, não importa a sua história de vida ou escolhas, lembra que uma vez que você destrua esta pessoa destuiu muito mais a você mesma e a sua vida. E começar pelas ruínas é algo solitário...
"...ama o outro como a ti mesmo..." e voltamos ao princípio que sem amor próprio e autoestima estamos fadados a não amar...
Que o amor possa ser a ponte na sua vida.



Escrito por Jaqueline Reyes às 14h23

que nada nunca se perca...


que nada nunca se perca...

...que nada nunca se perca da gente é um sentimento dos que vivem longe, dos que gostariam de estar presentes e não podem por qualquer razão.
Olhando para as minhas filhas penso que não as quero perder de vista, que quero poder acompanhar todos os passos, todas as respirações e não por controle, mas para poder viver um pouco mais elas e delas. Vou tomando consciência a cada dia que passa da transitoriedade da vida, do quão fugaz pode ser 365 dias... do quão pouco podemos contra o que nos cabe na vida.
Podemos fazer muitas escolhas dentro de um conjunto de escolhas, mas não podemos criar outras escolhas para além destas... pelo menos não agora e então o jeito é perceber o que de melhor podemos fazer com o que temos, com o que escolhemos ser ou viver. Maktub é isto, já está ou assim é, não tem haver com falta de escolha tem haver com todas as escolhas feitas anterioremente.
Olho para o passado não com saudades, mas com a certeza de que errei, graças a Deus, e que até acertei, também graças a Deus, porque até ter claro para mim que era eu a única pessoa de fazer as minhas escolhas, de tomar conta do rumo da minha vida, deixei ao léu, ao acaso, esta possibilidade infinita de ser feliz ou infeliz por minha responsabilidade exclusiva.
Que nada nunca se perca, é a vontade de abraçar as escolhas todas e dizer que adorava ter vivido a maior parte delas, mas por medo ou por coragem ainda não sei, não fiz aqueles caminhos... o que sei é que não queria perder nada na minha vida. A minha ânsia de viver era maior do que qualquer coisa, o medo de perder também... mas perdi familiares, amigos, perdi tempo, perdi saúde, perdi abraços, perdi amores... perdi muito e tanto.
Por outro lado ganhei tudo o que sou, tudo o que faço, tudo o que escolhi... e estou bem, sou uma sobrevivente de mim mesma com tudo o que isto enceta.
Hoje não queria perder os abraços da minha mãe, mesmo que nem sempre seja fácil ser sua filha... ou ela de ser minha mãe... numa família de mulheres poderosas...risos... nem sempre é fácil ser quem se é. Tenho orgulho dela, mas também tenho muito o que falar...risos... e digo tudo clara e suavemente para ela... não dá para acertar sempre, mas ela me deixou experimentar a vida mesmo quando não sabia o que isto queria dizer no concreto... me deixou crescer e hoje vejo que não é fácil dar asas as minhas filhas... mas ela me deu asas, me ensinou a voar e a querer mais da vida.
É desta mulher que tenho saudades... que nada nunca se perca desta mulher em mim e nas minhas filhas.
Porque um dia chega que só o que fica são as saudades e as lembranças, então é assim... que nada nunca se perca!
A vida nos dá hoje para dizer e viver tudo e todos, amanhã é uma esperança e um sonho...




Escrito por Jaqueline Reyes às 12h04

crescer...

crescer...

...acho que se olhar para o tempo vai parecer que tenho cinco anos, que ainda estou no pátio de casa brincando debaixo das árvores a espera dos meus pais virem para o almoço ou chegarem no final da tarde.
Olhando para trás vejo que muito ficou por dizer, acho que sempre fica algo para dizer quando parte alguém, e nem sei bem ao certo o que diria...será que alguém sabe o que diria se soubesse ser aquele o último momento?
Todos os dias digo para as minhas filhas e para o meu marido, para os meus irmãos e amigos, que os amo... amo tanto que preciso dizer sempre para que tenham presente dentro deles como uma impressão indelével que nunca se apagará mesmo quando eu lá não estiver.
Acho que a perda de alguém é um crescer diferente... é um deixar ir o que já não pode ficar... é uma dor e por vezes um alívio... mas que nos faz crescer disto não tenho dúvida alguma.
Quando a minha filha mais velha perdeu o primeiro dente fiquei feliz por ela, porque estava crescendo... mas depois soube claramente que aquele era o primeiro sinal de que ela estava cruzando as barreiras da própria vida e do crescer.
Hoje vejo a minha mãe partindo aos poucos, pela idade, pela saúde, pelas escolhas... pela vida... é um cruzar de outras barreiras que como as barreiras dos que nascem, vivem e morrem nada se pode fazer que não seja estar ali.
Agora é suposto eu ser a crescida e forte e ela a figura mais frágil, mas como viver isto sem ter que crescer muito e tal forma que não há espaço para pedir colo e dizer que tudo bem, o que quer que seja, tudo bem...?
Acho que a vida pode preparar para muitas coisas, nos ensinam a estudar, lutar, semos fortes, justos, honestos, bons filhos, bons amigos, bons profissionais, bons pais... mas onde foi que nos ensinaram que crescer poderia implicar muito mais do que fazer escolhas, mas de aceitar escolhas e aceitar a temporalidade de tudo?
Sempre ouvi a minha mãe dizer que estaria ali para mim, embora nem sempre estivesse fisicamente certamente estava lá dentro de mim. É o que se chama de onipresença...risos... é como dizem as minhas filhas mas você sabe de tudo o que fazemos ou nos acontece... risos... é radar de mãe!
Mãe tem este radar que nasce junto com a primeira célula embrionária do filho e sabe lá quando se apaga... o radar da minha mãe é afinado até raiar o minuto da coisa e embora nem sempre seja fácil viver com isto...risos... é muito bom.
Então de volta ao tema... crescer é um estado de espírito de quem vive de fato a vida, de quem está aqui para as curvas todas da estrada... nada fácil mas importante, porque no final é esta maturidade de dizer para o seu filho que vá ser feliz na vida pois tudo passa num piscar de olhos e de filhos passamos a pais, de pais a avós... e de repente estamos de partida.
Tem horas que ainda estou debaixo das árvores brincando com os amigos imaginários, com o sol queimando a pele, a brisa soprando e os sons dos meus pais chegando em casa e querendo saber das nossas vidinhas...
Porque nem sempre crescer é facil, hoje estou aqui criando forças para crescer mais um pouco.
E a todos que estão buscando esta força digo que com fé, amigos e lembranças a gente chega lá.
Abraço,
Jaqueline Reyes


Escrito por Jaqueline Reyes às 14h08
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até quando caminhar...

...um passo de cada vez, quando fazemos longas caminhadas aprendemos a ver só o próximo passo, não os próximos metros ou o quanto já caminhamos, mas focar no próximo passo.
Há três anos venho aprendendo ou re-aprendendo, ainda fico na dúvida sobre um ou outro...risos..., a focar só no próximo passo e não tentar planear muito ou criar expectativas para além das possíveis ou fáceis de serem realizadas como acordar, comer, falar, buscar filhas no colégio ou ir ter com algumas poucas pessoas que conheço aonde estou a viver no momento.
Para uma organizadora compulsiva que planeou a vida sempre com antecedência é uma lição por vezes dura, e já pensei muito se seria pelo controle ou pelo medo ou ainda pela pouca fé. Mas quem conhece-me sabe que gosto mesmo das coisas organizadas para poder aproveita-las, medo sempre tenho mas consigo avançar mesmo assim é a vida que nos faz ter esta coragem e a fé, bem posso ter muitas crenças ou nenhuma, mas acredito mesmo em Deus e no Universo como algo fantástico. Então fica a pergunta do motivo por ter que aprender a viver só no próximo passo, e veja não é nem plural pois passos seriam já muitas coisas pela frente...risos...
Aos poucos a vida vem ensinando que por mais que eu faça escolhas, assuma compromissos, aceite desafios, no final o tal do livre arbítrio é não um embuste total, mas uma livre escolha sobre escolhas já pré-determinadas, porque muito já estava escrito antes mesmo da gente ser célula embrionária... são as lições, karmas, aprendizados que priorizamos em cada vinda para cá. Sim sou reencarnacionista como crença o que ajuda a explicar muito, mas nem sempre saber ajuda na aceitação do que sabemos ou intuimos.
Já fui daquelas de meditar até cair para o lado para saber o que o futuro poderia me reservar, é o que muitos chamam de futuros prováveis que se pode acessar através de tecnicas como projeção astral ou meditação transcendental... hoje não quero saber o futuro, só quero a paz de poder aceitar o que quer que seja e força para as viver os sobrepor.
A fragilidade me toca, a alegria e a doença também recaem sobre os que amo... ano passado perdi o meu sogro, uma pessoa forte com uma história de vida interessante e que fez o melhor que pode com as possibilidades que tinha... foi um reviver a perda do meu pai, embora tenha sido mesmo duro, fiz por ele o que não pude fazer pelo meu pai. Naqueles dias cresci como pessoa, fortaleci a minha fé em Deus e no Universo, mas chorei que nem criança que perde alguém que ama.
Agora ando as voltas com as escolhas de outras pessoas que amo, mas que não consigo entender as escolhas feitas... sabe aquilo do "casa de ferreiro o espeto é de pau"? Assim ando eu, no meu trabalho ajudo muitas pessoas e amo o que faço, mas porque nem sempre conseguimos ajudar os que nos são mais próximos? Já se fez está pergunta?
Aprendi a não julgar ou subestimar as escolhas e dores de cada um, aprendi a não me julgar ou minimizar as dores que vivi ou vivo, simplesmente porque elas me fazem dar o próximo passo. Aceitar os meus limites enquanto pessoa me ajuda a atravessar as fases onde o julgamento de terceiros se faz presente, ninguém foi um juiz tão severo quanto eu mesma... faz parte da humanidade ser assim... hoje já aceito dizer não sem ficar com muitos pesares, já aceito que o outro não vai atingir a profundidade e a dificuldade de dizer aquele não... e tudo bem. Não sei o que se passa na vida ou na mente do outro, mas seja o que for tenho a certeza de que também não é fácil.
É preciso ir aceitando, não se resignando, mas aceitando as diferenças, as escolhas, as falhas e os acertos de cada um... e amar profundamente a si mesmo para ser capaz de amar ao outro.
Hoje vejo as minhas filhas vivendo este processo de auto-aceitação... é o cabelo que uma tem liso e a outra tem ondulado... é o pelinho nas pernas que é mais do que o da amiga... é o assim e o assado... nossa, como sobrevivemos a adolescência?!?
E quando vejo todo o filme acontecendo, vejo que no fundo a vida tem sido muito simpática comigo, não porque tirou-me as dores, mas porque deu-me modos de as viver e de as ultrapassar a fim de poder acompanhar outras vidas além da minha.
Então quando alguém faz a pergunta do "até quando caminhar"? Só posso responder que caminhamos enquanto estivermos com vida e a vida é maior que o corpo, que está existência... caminhamos porque parados nada fazemos, nada acrescentamos e rem tiramos... caminhamos porque em última instância é o nosso instinto nato.
Não desista de caminhar porque dói, porque perdeu alguém, porque os sonhos são diferentes da realidade... é justamente por tudo isto que caminhamos e vamos percorrendo outros caminhos até encontrar o nosso caminho, o nosso lugar no mundo. Acima de tudo caminhe com fé, mesmo quando tudo parece estar escuro, quando nem se vê onde os pés vão aterrar... caminhe porque de tudo o que pode fazer por você ou pela vida é caminhar!
Caminho da mesma forma que escrevo, por necessidade de expressão da alma.
Aquele abraço.


Escrito por Jaqueline Reyes às 17h28
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certo e errado...


Por vezes, parece que o tempo não passa e outras é tão rápido que quando vejo lá foi o dia e não escrevi o que queria… pode ser que ande na verdade fugindo de escrever já que escrever é uma forma de expor a alma.

Que alma é a que expomos quando fazemos ou não fazemos acontecer na vida?


Eu gosto quando as pessoas ou situações me fazem pensar, me fazem refletir sobre as motivações intrínsecas de cada um e de todos nós de certa maneira. Acho que é como fazer um balanço sobre nós mesmos, sobre as nossas sombras e luzes, sobre os nossos ideais e as nossas ações diárias, a ambiguidade de sermos gente.


Até que ponto podemos ou devemos compactuar com o “certo” e o “errado”, até onde vai a aceitação ou a fé de que tudo está certo como está, de que há um plano maior para cada pessoa, mesmo aquelas que pensamos que não deveriam existir pelo mal que fazem?


Vemos injustiças de todas as formas e mais algumas, pois o ser humano consegue ser criativo no bem e no mal, mas qual é o nosso papel nisto tudo?


Bem, é aqui que começo a falar só de mim, passo para o singular, e simplesmente porque é a forma como vi ao longo da minha existência a vida acontecer.


A primeira vez que me dei conta clara da discrepância social foi na saída de uma revistaria em Foz e foi ver um pai com um criança no colo a pedir por algo para comer, ele não pedia dinheiro, ele pedia comida. Nesta altura eu tinha cerca de 9 ou 10 anos e cheguei na minha casa aos prantos porque alguém precisava fazer algo para o ajudar, e lá fui eu com o meu pai a procura do senhor com a criança para ajudar, mas graças a Deus outro também tinha se compadecido e ajudado. Acho que foi a primeira vez que questionei Deus e a justiça divina, claro que dentro da minha compreensão e educação bem católica.


Lembro da cara do meu pai tentando me explicar que haviam escolhas, que as pessoas as vezes faziam más escolhas e acabavam por pagar o preço delas, ele não queria falar contra o sistema ou fé, mas precisava me fazer entender que tudo tinha um preço a ser pago.


Confesso que levei um tempo para entender o que ele quis me dizer, então passei a ser durante muitos anos contestadora, pensava em mil soluções práticas para as situações e crises… de contestadora a inconformista, sempre buscando por uma solução, não me interessava o problema mas a solução. E claro que com esta busca por soluções passei por contestar Deus, depois por tentar entender como Ele podia deixar acontecer as barbáries todas… busquei aprender sobre outras formas de ver e viver Deus para quem sabe ter alguma luz.


Mas como sabe a vida passa, a gente aos poucos não perde o idealismo mas aprende a viver o melhor que pode com o que se pode ou o que se tem disponível. Crescer num país onde a instabilidade financeira pode levar uns ao buraco e outros aos pícaros do céu num segundo, é aprender que não há segurança em nada que não seja você mesmo e o que faz na vida.


Então comecei a entender algo que é tão claro mas tão difícil de ver, ou talvez de aceitar com a nossa visão limitada da vida ou do Universo, que para haver o preto é preciso o branco, para haver o bom o mal precisa estar presente também, finalmente o conceito da dualidade e complementaridade fizeram-se luz dentro da minha consciência, dentro da minha forma de ver e viver a vida.


Não concordo com os abusos, com a fome, com a mortandade, com a ganância, com a violência seja do tipo que for e contra quem quer que seja, mas percebo que ela tem um papel importante para muitos e não pelo sofrimento que trazem junto mas pela possibilidade de crescimento e evolução. Finalmente deixei de brigar com Deus e passei a lutar pelo ser humano.


A necessidade de ajudar, de fazer a diferença, de buscar solução para mim mesma e para os que me cercam, a certeza de que se fizer a minha parte um dia seremos muitos a fazerem o que é devido e então poderemos fazer a curva que nos colocará no paraíso terreno… pode ser utópico em demasia para muitos, mas não dá para compactuar com o negativo pois seria dar poder as sombras e acredito na Luz.


Nunca fez parte do meu ser compactuar com o aquilo que considero “errado” como o papel de vítima por exemplo, posso ajudar a encontrar formas para sair do buraco mas não posso fazer o caminho de ninguém. Posso fazer muito para quem quer ser ajudado, mas nada posso para além de rezar por aquele que ainda não vê a necessidade de se ajudar.


Esta semana me fizeram uma pergunta sobre o que fazer quando vemos os demais de certa forma “matando” o seu próximo com medicamentos ou ações abusivas de confiança. Primeiro quero agradecer a dona da pergunta, pois me fez ter vontade de escrever de novo, algo que já fazia tempo não realizava e que adoro… enfim, a minha resposta foi dá o seu melhor, esclarece o que puder ou com quem puder, mas não espere que estas pessoas acordem do dia para noite, pois elas ainda estão numa fase onde a sombra é mais do que forte, a sombra é necessária aos que as procuram.


É certo deixar que isto se perpetue? É certo deixar um traficante pelas ruas matando centenas e centenas de pessoas? É certo deixar um violador nas ruas? E ladrões assassinos? É certo deixar um líder de país dizimar uma nação?


Bem, não é uma questão de certo é uma questão de necessário. Eles são necessários para a própria evolução e para a evolução da humanidade. Quem busca pela sombra vai encontra-la de uma forma ou de outra, pois precisa dela como precisamos de ar para respirar, então acabar com esta “raça” não vai resolver. O que vai resolver é cada um fazer o seu melhor, procurar ser o mais correto que possa com tudo e todos, especialmente consigo mesmo. O exemplo pode mudar o mundo, a palavra pode mudar umas quantas vidas, então o mais efetivo é o exemplo é a atitude.


Deus não dorme, Ele só nos dá o que precisamos para sermos melhores, ainda que não compreendamos muito bem.


A fé se constrói com confiança e positividade, o resultado deste trabalho é um ser humano melhor que altera um grupo, o grupo altera uma comunidade, uma comunidade altera uma cidade, uma cidade pode alterar um país e assim por diante.


Hoje vejo o mundo com maior pragmatismo, pois é preciso fazer, atuar, dar o nosso melhor em tudo se queremos viver num local melhor. Não vou mudar toda gente, vou me mudar. Não vou falar para toda gente, mas para aqueles que querem ouvir, não dá para perder tempo, já não tenho todo este tempo. Hoje trabalho para quem quer ser ajudado, para os demais eu rezo, envio Reiki e boas energias para que um dia, se for caso disto, despertem.


E pelo meio do caminho ainda fico inconformada, indignada, ainda discuto com Deus e com o homem…risos… estou só a meio da minha própria transformação…risos… então compreendo que as minhas sombras ainda estão aqui para serem trabalhadas e atraio para mim o que ainda preciso de resolver.

Deus nos dá o que precisamos, mas nós atraímos também… então, se ainda se encontrar com pessoas e situações com as quais não concorda em nada, é porque pode ajudar a si mesma e evoluir, ou ajudar aos que te cercam por meio do exemplo a evoluir.  Seja como for, o resultado é uma só ação: trabalhar!


E com já cantava Raul Seixas: “…tenha fé em Deus, tenha fé na vida…tente outra vez!...”


Vamos tropeçar pois faz parte do caminho, vamos rir e chorar pois faz parte do viver, vamos pensar em desistir pois faz parte da sombra, e vamos finalmente levar os olhos e seguir em frente com força de vontade pois faz parte da nossa Luz.


Que a gente possa sempre erguer-se toda vez que tropeçarmos, e que a gente possa sempre se indignar para podermos buscar as soluções e melhorarmo-nos e fazermos a diferença na vida.


Boa semana. Abraço,

 Jaqueline Reyes


Escrito por Jaqueline Reyes às 16h49

mudar e mudança...


...mudar e mudanças...

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." - Fernando Pessoa
Acredito que toda mudança exterior acontece por conta das mudanças internas que vão sendo feitas por nós de forma consciente ou inconsciente.
Não há acaso, não há engano... felizmente ou infelizmente mudar e transformar faz parte do processo do sermos gente, de aprendermos e ensinarmos.
Claro que saber disto não faz com que o caminho fique subitamente cor de rosa e fácil, bem que dava jeito, mas não é assim que as coisas acontecem.
Mudar é uma escolha, mudança é quando a gente deixou a chance de escolher por conta de outrem e passa a viver algo que independe de nós mas que nos envolve até ao último fio de cabelo.
Nossa quantas vezes me vejo envolta em mudanças simplesmente porque não soube dizer não, não soube parar um segundo e pensar a partir do meu ponto de vista... pensei no todo e esqueci de que talvez a minha parcela não tivesse a estrutura que pensava para passar por cima de mim mesma e seguir em frente.
A fragilidade das nossas opções vêm ao de cima sempre, portanto tentar burlar estes limites é o primeiro passo para um dia ter que ser confrontado com ela.
Posso entender as pessoas que vão por este caminho, posso admirar as pessoas que já conseguem percorrer outros caminhos que não este.
Estamos todos no encontro do nosso equilíbrio e o que descubro é que o equilíbrio é uma espécie de doce lugar que custa a se chegar, que levamos segundos para reconhecer e a vida inteira para lá fixar morada.
Hoje percebo claramente os dramas pessoais para evitar escolher mudar, o estável e seguro é uma forma de manter uma "falsa paz", que claro gera "falsos filhos"... não é viver uma mentira, é simplesmente não se permitir viver a  totalidade do que quer que seja.
Mas os ventos trazem no ar a necessidade de mudar e contra este elemento não há nada que a gente possa, porque respiramos, porque o ar entra nas nossas entranhas e nos impulsiona a viver esta transformação.
O que aprendi neste ciclo de altos e baixos, de idas e vindas... é que façamos o que façamos não podemos evitar o que nos cabe na vida.
Dei a volta no mundo, caminhei por tanto tempo a espera de que as mudanças fossem suaves mas não pude evitar que a escolha de mudar viesse bater na minha porta.
Como negar esta necessidade? Como não olhar para os efeitos dela?
Mudar já está acontecendo... só não se sabe exatamente onde isto vai dar... mas voltar atrás nem pensar, simplesmente já não é possível... buscar o equilíbrio é a única possibilidade.
Então entre mudar e mudança que seja mudar, que seja por escolha própria, que seja por amor... e que um passo de cada vez para que se possa sempre saber por onde se anda e como se anda...que a travessia seja sempre uma benção para todos.
Jaqueline Reyes




Escrito por Jaqueline Reyes às 22h11

ser feliz dá trabalho...


ser feliz dá trabalho

Já tiveram a sensação de que as pessoas estão escolhendo sofrer ao invés de viverem e serem felizes?

Ouço muito gente a “reclamar” de que “agora não é a hora”, “isto não é suficiente”, “deveria ter sido assim”…enfim milhares de “desculpas” com o mesmo propósito: boicotarem-se.

Se perguntar para as pessoas que vc consideram um “exemplo” de realização, vai verificar que todas elas tiveram que abrir mão, perdoar, aceitar e trabalharem muito em muitos aspectos para conseguirem o equilíbrio entre o sonho e a realidade.

É interessante ver as pessoas passarem a vida na procura da “alma gêmea”, e esquecendo-se de viver, amar e ser amado, tudo em função da(o) “tal”. E se por acaso tiver a sorte de encontrar-la(o), vai deixa-la(o) ir porque o medo de se envolver com esta pessoa é demasiado grande, os riscos são imensos, porque numa relação de amor não há rede de segurança e nem garantias.

Amar e controlar não fazem parte da mesma equação.

Vejo pessoas de muitas idades que olham para o passado e descobrem que por medo ou por “pré-conceito” não se permitiram viver o amor.

E o preço disto muitas vezes são as famílias disfuncionais, ou crianças com padrões de comportamento distorcidos.

Por outro lado, vejo inúmeros casamentos pela “metade”. Está se perguntando o que é um casamento pela metade?

Casamento pela metade, é aquele onde as pessoas entram já sabendo de antemão que não estão de todo envolvidas. O que está em questão aqui, é se o outro sabe e aceita esta meia relação, ou se vc para além de se enganar está enganando o outro?

O medo de errar faz com que se erre, tão simples quanto isto. É a lei da atração no seu melhor.

Se não queremos viver os “casamentos” dos nossos pais, por qualquer que seja a razão, precisamos primeiro entender que os dois tiveram escolhas, e que nem sempre aquele q desiste é o mal da fita… muitas vezes é preciso tanto ou mais coragem de sair fora de uma relação meio viva, que consome em discussões, em desilusões… Portanto não é julgando que aceitamos, mas é se colocando no lugar de cada um… não há vítimas, existem sim pessoas que adoram o papel do frágil para poderem “manipular” consciente ou inconscientemente os outros e com isto obterem o que precisam: atenção, amor… o que quer que seja.

Uma coisa é escolhermos aprender e viver  com o  que se têm, outra bem diferente é por “medo” não abrir-se para viver.

Não sei quantas vezes por medo deixei de fazer montes de coisas, algumas dou graças a Deus e outras estou aprendendo a viver com o preço delas.

Hoje, vejo que as nossas escolhas podem ser feitas a toda hora, e que não existe hora certa ou errada… existe um momento onde precisamos escolher e depois pagar o preço da escolha.

Mas é duro ver isto em pessoas que têm tudo para serem felizes… é um sentimento de aceitação que ando aprendendo.

Não sei se existe uma regra ou um código com diretrizes do que se fazer ou não se fazer, mas é certo que dentro de cada um de nós há uma chama que clama por ser vivida.

Viver esta chama, é dar o salto e trabalhar para ser feliz.

Eu acredito num Deus fantástico, e por isto mesmo acredito que todos nascemos para sermos felizes e realizados. Mas isto dá muito trabalho, e esta é a nossa parte no acordo de nascer/viver/morrer.

Se quiser pílula dourada, vai perceber que não existe… mas se quiser trabalhar em si e na sua vida, vai perceber que existem montes de pessoas que podem ajudar… sendo a primeira delas vc mesma.

Fica o desejo de escolhas felizes!

Abç,

Jaqueline Reyes



Escrito por Jaqueline Reyes às 09h39

contato...


mantenha-se em contacto...

...a gente perde-se no mundo das solicitações externas e internas e por isto manter-se em contacto é importante.
A vida nem sempre vai facilitar o caminho, é a forma que ela tem de nos ajudar a ultrapassar a nós mesmos, e todos os nossos medos, sombras e questionamentos.
Não dá pra ser melhor, sem antes confrontarmo-nos com as nossas "sombras", é o que nos faz crescer e seguir em frente.
Mas as vezes, e talvez sejam muitas as vezes, ficamos parados diante da floresta escura do  medo, sem saber se seguimos em frente ou se deixamo-nos ficar.
Qualquer que seja a escolha é dura, dará trabalho... mas só uma delas trará resultado positivo.
Vejo em mim os meus medos florecerem, crescerem até que não há outra forma de os tratar que não seja ir de encontro a eles.
Neste percurso por vezes vejo luz, por vezes vejo gente... por vezes me vejo só. Estar só não é mal, é uma parte do caminho que preciso para de novo me encontrar. Sim, preciso deste espaço de tempo para poder saber para onde estou indo e por que razão.
As escolhas não podem ser feitas aleatoriamente, do contrário deixamos de ser os guias e passamos a ser os guiados... só que quem nos guia ? Será que esta pessoa ou situação nos conhece também quanto nós próprios?
Uma coisa é ser conduzido pela mão de Deus, do Eu Superior... Jeova, Ala... o que você quiser chamar, outra é ser conduzido por "medos", por "irresponsabilidade" e por energias perversas que nos atordoam como o nosso "querido" ego.
Nem sempre sei com absoluta certeza se a escolha que fiz foi a melhor, mas naquele momento foi e por este motivo, sigo em frente.
Não vou passar a minha vida desculpando o passado e as escolhas que fiz. Do contrário vou estar desperdiçando o meu tempo presente, e isto vai se tornando no círculo vicioso da culpa e do culpado.
Por isto mantenha-se em contacto contigo mesmo e com as pessoas que podem, de alguma forma , serem honestas com vc a ponto de dizerem uma verdade que possa doer-lhe.
Manter contacto com as nossas raízes, faz-nos recordar quem fomos e quem um dia sonhamos ser.
Manter contacto com a nossa fé, dá-nos suporte para os momentos felizes e "infelizes" que todos temos ao longo do caminho.
Manter contacto com a esperança, faz-nos sonhar e quem sonha já tem motivações para seguir em frente.
Manter contacto com a realidade, dá-nos a visão clara de onde estamos e para onde queremos ir.
Manter contacto com a vida é viver todos os dias!
Que todos possamos manter contacto connosco mesmo, sem que para isto seja preciso perecer mais do que o necessário. Afinal na dor também descobrimos quem somos.
Maktub,
Jaqueline Reyes


Escrito por Jaqueline Reyes às 13h23

porque pensando cheguei a me encontrar...


e o que é amar se não deixar viver...

...não posso falar sobre o que os outros sentem ou pensam.
Mas mesmo tendo ao longo da minha vida encontrado autores com Gibran, Osho que falam do amor que liberta, só hoje realizei o que é este amor.
No caminho que percorri, o amor sempre foi faca de fois gumes, onde as pessoas por amarem ou serem amadas, eram incapazes de serem elas próprias. Carregavam o peso de amar e de precisar do outro como o ar que se respira. Sobrecarregavam os seus objetos de amor com as expectativas e necessidades, que quiça nem de perto e nem de longe eram necessárias.
Não sei se errei ou acertei, mas sempre busquei o amor que me permitia ser simplesmente eu, com tudo o que isto implicava.
E neste caminho, realizei hoje, que aprendi primeiro o amor que quebra os conceitos, que nos faz cometer loucuras e ao mesmo tempo sabemos que é tudo passageiro, que toda euforia é fantástica mas que visa somente um período de tempo. Amor que não aprisiona, mas não cria elos para além do necessário para crescer e morrer.
Depois foi o amor do encontro. O encontro de todos os meus sonhos, de todas as visões internas... de todos os insights... a minha alma gêmea... que fez com que tudo fosse colocado em cheque mate. Acreditamos que quando encontramos a nossa alma gêmea tudo vai se resolver, que para além da comunhão espiritual e física, somos o mesmo.
Ledo enganos, a alma gêmea é você a dobrar, com todo amor e dor que temos dentro de nós. E vencer a barreira da entrega e da confiança exige um amor maior do  mundo, exige uma confiança cega... exige que se tenha coragem de saltar para o escuro.
Não foi fácil criar coragem pra saltar. Não foi fácil reconstruir-me quando tudo ruiu a minha volta, e tive que re-aprender a confiar no que sabia e sentia.
Para além de toda dor, amar assim é mágico, único... não dá pra gente encontrar a alma gêmea e ficar indiferente. Tudo muda...tudo mudou.
Depois veio o amor da paz. O amor da confiança, da conversa, do companheirismo, o amor que me fez crescer... que me deu a realização de todo o meu ser. O amor que hoje percebo, é o amor da liberdade!
Não poderia nunca deixar de viver este amor, afinal procurei por ele em cada rosto que encontrei, em cada par de olhos que mirei... o amor da liberdade é o que nos conduz por mares bravos.
Hoje, escrevo em homenagem a este amor que me deu alicerce, que me trouxe luz quando a tempestade parecia nunca mais ter fim.
Hoje, sei que amar este homem é dar continuidade ao meu ser. Mas também sei, que por amar assim sou capaz de o deixar viver, de deixa-lo fazer o que tiver que fazer para ser feliz.
Já não há prisão, há compromisso... há um amor de quem diz: seja feliz!
Então percebo que mudei muito... se cresci não sei... mas sei que sou capaz de amar de forma diferente, que sou capaz de viver, de arriscar... sou capaz de ser feliz e de pedir mais para mim mesma e para esta pessoa que me é muito especial.
Um dia, depois de tanto chorar, pedi muito que a luz voltasse a brilhar e ela se fez.
Este ano voltei a fazer um pedido, que eu pudesse salvar a mulher que sou. Sim, salvar a mulher que sou, porque num mundo onde nós somos de tudo um pouco e nada de muito, é preciso salvar a nossa mulher. A mulher do fogo, das armas, dos risos, das paixões... a mulher que esquecemos em função do trabalho, dos filhos... de muitas desculpas e motivos.
"Salvar-me de mim mesma"... é re-descobrir a minha mulher. É compreender que agora já posso amar e deixar viver!
Hoje, agradeço a capacidade que todos temos de nos refazermos.
Nada é perfeito, mas tudo é lindo!
Viver é fantástico, e não dá pra gente desperdiçar o que a vida nos oferece.




Escrito por Jaqueline Reyes às 18h30
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se não quiser...

Adoro a forma como este homem escreve e o que ele escreve, por isto trouxe este texto pra cá.
Afinal, todos queremos ser felizes!
"Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos"

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna..
Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer.
Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados.
O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia..

Se não quiser adoecer - "Tome decisão"

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A
indecisão acumula problemas, preocupações, agressões.
A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros.
As pessoas indecisas são vítimas de
doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - "Busque soluções"

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas.
Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo.
Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos.
O pensamento negativo gera energia
negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências"

Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando
toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro.
Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se"

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos
algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores.
Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é
sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie"

Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento.
A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva SEMPRE triste!"

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive.

"O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.
  
Dráuzio Varela "



Escrito por Jaqueline Reyes às 12h50
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encontrar...


...quantas vezes busquei por algo ou alguém que desse sentido aos muitos "por quês" das minhas próprias dúvidas.
Quantas vezes foi mais fácil sair para encontrar uma resposta qualquer lá fora, do que entrar e encontrar a minha própria resposta.
Quantas vezes percorri o mesmo caminho não uma, mas milhares de vezes, para no final dar com a mesma resposta: Eu !
Ouço muita gente falando isto e aquilo, que era melhor fazer isto ou aquilo... mas o que exatamente é que eu quero, o que é que eu espero?
Acho que este dilema permeia a vida de todo ser que quer mais e melhor de si mesmo e da vida.
Hoje ouvi uma resposta que me fez pensar, e agradeço a esta pessoa pela oportunidade que me deu de refletir.
Acredito mesmo que é preciso aprender a ser feliz onde se está e com quem se está. Do contrário mude!
Mas se a cada chuva a gente mudar... então, chega um dia enfim que já não haverá mais lugar para ir.
Ficar e enfrentar é algo que exige todo tipo de amor, aceitação, flexibilidade, coragem e trabalho.
Numa relação e na vida sempre temos os altos e baixos, os muito bons e muito maus momentos.
Assim é viver, assim somos nós na nossa necessidade de sermos perfeitos e "felizes para sempre".
Hoje tive que enfrentar não só os meus fantasmas, mas também sonhos, devaneios... e agora?
Agora José, Maria, João... agora é viver, ser feliz hoje da melhor maneira que se pode.
Não dá para ter regras, conceitos ou pré-conceitos quando se trata de vivermos.
No entanto, é fator primordial respeitar-se e respeitar o outro na nossa vontade e desejo de viver.
Não dá pra ser feliz na infelicidade do outro.
Muitas pessoas me perguntavam como eu conseguia "voar", ir de uma cidade para outra, de um país para o outro,... não era fácil, mas aprendi viver o melhor que podia onde estava e como estava. 
Hoje me perguntam se não sinto saudades da vida "cigana" que tinha...risos... de fato era muito boa, mas já não sou aquela pessoa, os meus anseios agora são outros.
Estou na paz do guerreiro que encontrou o porto salvo, que se precisar vai a luta, mas do contrário, senta-se e aproveita o vento, o sol, os amigos... as lembranças e saudades.
Quantas Jaquelines seriam necessárias para eu poder dar conta do muito que quero fazer e viver. Na adolescência precisaria de pelo menos 1000 e hoje estou mais calma, umas 10 já davam jeito...risos...
Portanto, viver e encontrar-se dá muito trabalho.
Não há pílula dourada, tão pouco azul ou vermelha, que nos cure ou revele a verdade total.
A nossa verdade é sempre parcial, é sempre um ponto de onde podemos transformar tudo o mais no nosso caminho.
Hoje, fui feliz !
Ser feliz é muito simples...risos... basta ficarmos pelo básico.
Que todos possamos ser "básicos" nos nossos sonhos e desejos para que eles possam se realizar nas suas totalidades.
E o que tiver que ser, será !
Maktub !
Jaqueline Reyes 


Escrito por Jaqueline Reyes às 18h05

rever e rever-se...


Saudades...

...enquanto eu viver, acho que sempre terei saudades.
Saudades dos amigos que hoje estão noutro local que não aqui perto de mim, saudades da família que vive espalhada em muitos continentes, saudades ... e por vezes saudades de ter saudades.
Este sentimento que alimenta a alma e o coração dos que viveram bem pessoas e momentos ao longo da vida, é algo com que já nascemos.
Contudo há gente que tem saudades por não ter vivido, ou por não estar a viver a vida e as pessoas como deveria de ser.
Nasci com saudades, saudades do meu espaço sagrado onde só com a meditação consigo ir, e quem já experimentou este encontro sabe do que falo, da felicidade do estar finalmente em "casa" e da força que precisamos ter para retornar...
Depois cresci com saudades, saudades dos amigos que fui fazendo e deixando no ir e vir de muitas cidades e lugares, pessoas que tornaram meus dias alegres, inspiradores, divertidos, loucos, românticos...
Hoje tenho saudades, saudades não só dos amigos e familiares, mas também daqueles dias especiais como a primeira vez que dei a mão ao meu marido e senti um choque, e olhos nos olhos dei-me conta que ali estava o "the one"...
Saudades da primeira vez que vi os olhos das minhas meninas abrirem-se e mirarem profundamente os meus olhos... é engraçado nenhuma delas chorou, elas já nasceram de olhos bem abertos...risos... tipo quero ver tudo.
Ali descobri a saudades de querer ver tudo, de querer viver tudo... da ânsia da vida que os jovens sentem e que vamos acalmando com o passar dos anos.
Saudades não é um sentimento triste, é um sentimento que nos diz: já vivemos muito e ainda podemos viver dias iguais ou melhores, mas temos que estar presente na vida.
Conheço pessoas que vivem a saudades como a perda que a vida trouxe com o passar do tempo e isto quer dizer muito sobre as escolhas que a pessoa fez ou faz na sua vida.
Sei que vai chegar um dia onde a saudades vai ter um nome, um rosto, um tempo... esta é a saudades dos idosos.
Só posso agradecer as saudades que tenho, ela aviva a minha memória com lembranças felizes e ricas, e dá-me a certeza de que todos os dias tenho muito pra viver e ser feliz.
No entanto quando a saudades bate na nossa porta, é preciso saber senti-la sem deixar-se ir... afinal há muito por fazer agora.
Hoje acordei com saudades dos meus irmãos... dos almoços de domingo com a família toda a falar ao mesmo tempo, dos olhos do meu pai na cabeceira da mesa... o tempo passa, a saudades não.
Que todos possamos ter saudades e lembranças boas para sentir.
Namastê,
Jaqueline Reyes


Escrito por Jaqueline Reyes às 10h13
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Espiritualidade...

...muitas vezes ouço que "fulano" é muito ou pouco "espiritual", como se houvesse alguma forma de medir isto.
Há muitas pessoas que conheço que são a própria espiritualidade em ação, são aqueles que simplesmente amam, se permitem ser amados, divertem-se na vida e com a vida... são os que pura e simplesmente vivem a vida.
Cada um de nós tem a sua forma de ser e estar na vida, e respeitar isto, é respeitar o "deus" que há em você. Embora pareça fácil e lugar comum, isto é do mais "complicado" que há para fazer e viver.
Implica amar e respeitar a si próprio como uma consciência "perfeita" em si, que está a tentar recordar-se deste fato existindo aqui como ser humano.
Quando fazemos isto connosco, conseguimos então aceitar todas as demais escolhas e facetas da vida que dantes tentávamos mudar em nós e no "mundo" que nos cerca.
Quanto mais vivemos, mas entendemos que a pureza e simplicidade é que nos dá o tudo e todo que ansiamos ao longo da nossa jornada.
Talvez seja por conta disto, que cada dia mais entendo as escolhas de cada um. Ainda estou na fase do entender... porque aceitar é outro processo.
É díficil aceitar que uma criança escolha ser "maltratada", como é difícil aceitar que crianças estejam a cometer crueldades inomináveis. Para aceitar isto é preciso olhar para além dos acontecimentos atuais, é preciso ter uma visão mais abrangente da vida e das escolhas de todos nós.
Para aceitar que tudo está certo como está, é preciso encontrar a sua veia espiritual e viver além do conceito da espiritualidade. Isto sim é uma lição de humildade e espiritualidade.
Que possamos olhar sempre além do que vemos, além das culpas e culpados, além do certo e do errado...
...que possamos simplesmente viver a fé de que: está tudo bem como está!
Fazendo o nosso melhor por nós e por todos que pudermos.
Ninguém vem ou vai só. Ninguém ao fim e ao cabo é uma ilha.
E depois desta semana onde re-encontrei muitas amigas do passado, acredito ainda mais de que tudo está bem... e tudo acaba bem!
Namastê,
Jaqueline Reyes
Sugestão de leitura:
"Reparando erros de vidas passadas"  - encontra nas secções de livros psicografados das principais livrarias


Escrito por Jaqueline Reyes às 18h34

maturidade


Maturidade

...hoje, faço anos, e estive meditando na praia com algumas pessoas.
Enquanto caminhava pela areia agradeci a Deus por tudo o que já vivi até hoje e a medida em que andava, percebi algo que me trouxe aqui.
Antes eu tinha pressa de viver, acho que todos temos esta sensação de que tem que ser agora, e de que o tempo urge, e... milhões de chavões para a nossa sede de viver, de experiementar tudo e todos.
Se eu pensar no que a idade me deu, para além dos cabelos brancos...risos..., é a capacidade de aproveitar o dia de hoje, este exato minuto onde escrevo. Finalmente já não preciso mais correr, já não penso se o tempo vai dar ou não para tudo o que quero fazer. Já não me sinto escrava do relógio biológico, ou do medo de morrer sem ter tido tempo para tudo.
Hoje percebi que o meu "tudo" é exatamento o que tenho hoje. É o meu companheiro amado que tem uma paciência comigo que por vezes nem mesmo eu tenho, são as minhas meninas que crescem todos os dias um pouco e já sinto as asas delas quererem voar, são os amigos de perto ou de longe que se fazem presente, são as pessoas que acreditam no meu trabalho e contribuem no meu caminho, são as saudades e as esperanças. O meu "tudo" hoje é ter tempo para ir correr buscar as meninas no colégio entre uma consulta e outra, é sair jantar com o meu amadinho, é poder falar com os amigos por telefone ou presencialmente... é saber que agora é a melhor hora pra viver.
Hoje não quero mais "salvar o mundo", compreendi que ele já está salvo. O que preciso salvar é a mim mesma, e se conseguir fazer isto, então tudo valeu a pena. Deus não está lá em cima dormindo, ele sabe muito bem o que se passa aqui e quais as razões. E aprendi que ou confiamos ou não confiamos, não existe meia confiança, como não existe meio amor ou meia dor. E mais uma vez o "tudo" acontece.
Quando somos adolescentes pensamos que por vezes que os adultos estão equivocados, que são desleixados, que deveriam fazer mais... agora compreendo, que fazemos muito quando calamos, quando pensamos antes de fazer, quando aceitamos tudo e todos como são e não como pensamos que deveriam ser.
Hoje, sou grata simplesmente porque estou viva, porque tenho paz no meu coração, porque de noite por vezes ouço as minhas filhas a dizerem: mãe vem cá, porque de tantos desencontros eu consegui estar atenta e aberta para encontrar uma pessoa que admiro e respeito profundamente como pessoa, marido, amigo e pai. Sei bem que parecendo tão simples é muito difícil fazer com que o casamento funcione, que a gente não se destrua enquanto pessoa mas que cresça como casal e indívíduo.
Só por hoje, agradeço as pessoas que me ajudaram chegar cá e ter finalmente esta consciência de que está tudo bem, que realmente está tudo bem.
Hoje percebo o significado da palavra Maturidade, e do sentimento de maturidade... e ainda estou no primeiro nível deste processo...risos...
É mesmo bom viver !
Que Deus guie a todos no processo de amadurecer de cada um.
Namastê,
Jaqueline Reyes


Escrito por Jaqueline Reyes às 13h38

as mulheres...


"Nego submeter-me ao medo,
Que tira a alegria da minha liberdade,
Que não me deixa arriscar nada,
Que me torna pequeno e mesquinho,
Que me amarra,
Que não me deixa ser directo e franco,
Que me persegue,
Que ocupa negativamente a minha imaginação,
Que sempre pinta visões sombrias,
No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo.
EU QUERO VIVER, não quero encerrar-me.
Não quero ser amigável por medo de ser sincero.
QUERO PISAR FIRME PORQUE ESTOU SEGURO.
E não quero encobrir o meu medo.
E quando me calo, quero fazê-lo por amor,
E não por temer as consequências das minhas palavras.
Não quero acreditar em algo por medo de acreditar.
Não quero filosofar por medo que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me, por medo de não ser amável.
Não quero impor algo aos outros, por medo de que possam impor-me algo a mim.
Por medo de errar não quero tornar-me inactivo.
Não quero voltar para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro no novo.
Não quero fazer-me de importante por medo de ser ignorado.
POR CONVICÇÃO DE AMOR, quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer.
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.
E QUERO CRER NO REINO QUE EXISTE EM MIM ."
 
Rudolf Steiner
 
Recebi e adorei cada palavra, é como se fosse o meu coração falando através da minha boca.
Quantos medos criamos, vivemos, sobrevivemos e um dia descobrimos o "ridículo" dos mesmos. Então finalmente nos libertamos e podemos seguir em frente.
Enquanto espíritos sabemos que tudo o que vivemos neste exato momento já foi vivido. Enquanto seres humanos, ainda estamos vivenciando a dor e a alegria do ser.
Por isto nem sempre é fácil, mas cada vez que nos libertamos dos fantasmas do medo, viver torna-se mais colorido e divertido.
Que Deus nos ajude nesta libertação dos medos.
 
Namastê,
 
Jaqueline Reyes


Escrito por Jaqueline Reyes às 15h47
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As Grandes Mulheres...
 
...as grandes mulheres da minha vida tem sido mesmo as Marias, as Amélias, as Anas, as Teresas, as que saem de casa com o coração apertado porque deixam os seus pequenos entregues a terceiros. Ainda que os terceiros sejam de confiança, sejam carinhosos, sejam atentos. Sejam o que sejam, não somos nós as suas mães, e por mais que amem, nunca hão de amar como nós.
A minha vida toda vivi rodeada de grandes figuras femininas, daquelas que fazem tudo e mais um pouco desde o amanhecer até o cair da noite, e conseguem chegar em casa e dar beijinhos nos filhos.
Enquanto filha sempre achei que este seria o usual, que deveria mesmo ser assim. Nunca pensei no quanto aquilo deveria "custar" para a minha mãe.
Hoje como mãe, vejo que o dia parece estar cada dia mais curto e que nem sempre consigo o tempo que gostaria para fazer as coisas como deseja que fossem.
Olho para as mulheres da minha vida e vejo em cada uma a força que movimenta o universo feminino. Uma força que vem, nasce, não sei onde dentre os mil afazeres, os sonhos e as solicitações da vida diária.
A minha bisavó era a própria matriarca que no organizava a vida de todos de forma que cada um tinha a certeza de que as ideias, inspirações, que tinham para as suas vidas vinham deles próprios e não das palavras sábias daquela velhinha pequenina. Ela fazia com que todos seguissem o que ela considerava correto, e nem sempre era possível perceber isto. A isto chamo de sabedoria no que toca as inter-relações, e para o universo masculino de onde ela provinha, só sabendo agir subtilmente para poder atingir o que desejava.
Já a minha avó, era tudo muito claro, tipo pão é pão, e queijo é queijo. Não tem aqui nem meias verdades e nem subtilezas. Ela tinha a capacidade de ver longe e de topar as pessoas antes mesmo delas próprias. É claro que com isto aprende-se a ser sempre honesto, era bobagem tentar enganar a velhinha. A preocupação dela com os filhos fez com que vivesse por mais de 10 anos só com 10% de um pulmão a funcionar, os médicos nunca conseguiam acreditar que ela sobreviveria a cada AVC, ela teve pelo menos 4, e nunca desistiu. Talvez o maior exemplo dela tenha sido o da luta. As Marias sempre lutam, lutam pelos seus filhos, pelos seus pais, pelos seus sonhos...lutar é um verbo feminino.
Da minha mãe aprendi o perdoar, a capacidade de perdoar é algo de extraordinário nela. Podiam fazer o que fizessem, ela sempre conseguiu ver o lado positivo das pessoas, das situações e perdoar. No mundo em que vivemos, onde errar é uma questão muito "simples", perdoar se faz necessário para podermos continuar com o nosso caminho sem perder o rumo.
Numa familia onde as mulheres são fortes é dificil não sê-lo também, até por referência/modelo, e claro que com isto só poderia atrair para minha vida grandes amigas.
Com as minhas amigas de percurso, aprendi a fé e a capacidade de que somente os grandes amigos tem de estarem do nosso lado mesmo quando não concordam connosco ou vivem do outro lado do oceano. Com as minhas amigas aprendi que estar presente é uma dádiva que podemos compartilhar. Sinto imensa saudades delas, por vezes me apetecia tê-las aqui pra gente rir, conversar, rezar juntas... parece que ouço as risadas bem humoradas da minha amiga Aldina, os concelhos sábios da Doris, e agora o apoio da minha nova amiga Ana. Mas antes delas houveram outras que fizeram parte um caminho de muitos aprendizados da infância, adolescência, juventude, idade adulta.
Agora aprendo com as minhas filhas, que são uma força da natureza e possuem a capacidade de deixar os meus dias mais iluminados com seus beijos, abraços, sorrisos...mas nem sempre e fácil.
Das grandes mulheres na minha vida, hoje percebo melhor o papel das minhas irmãs que iguais a mim são diferentes e que me ajudaram a descobrir as minhas próprias grandezas e sombras.
No ano passado houveram grandes mulheres que de certa forma também me ensinaram a olhar para mim, e a aprender a colocar limites de forma clara.
Vivo cercada de grandes mulheres, todas faces umas das outras, até parece o quadro do Klint que eu adoro.
Não dá para ser somente a menina, é preciso ser a Maria, a Teresa, a Ana, a Sofia, a Lúcia, a Sandra, a Karoline, a Luz... é preciso ser a Aldina, a Doris, a Rosanna, a Grizel, a Paula, a Márcia, a Silmara... é preciso também ser mulher para entender o universo feminino.
Ser mulher é ser guerreira e ser enfermeira. Ser mãe é ser luta e paz. Ser profissional é ser clareza e persistência.
Das grandes mulheres na minha aprendi que ser mulher é chorar de saudades dos filhos, colocar batom na boca e sair para trabalhar.
Hoje lembrei de cada uma delas, e senti saudades.
Não dava para estar aqui a escrever sem pensar em todas de forma muito carinhosa e grata.
Ainda não sei se sou realmente grata as feministas, adoro o meu trabalho, mas e a familia onde fica nisto tudo ?
Em honra as grandes mulheres da minha vida educo mais duas.
Que o universo possa ser cada vez mais equilibrado entre o ser homem e ser mulher, entre o ser mãe e ser filha.
 
Namastê,
 
Jaqueline Reyes


Escrito por Jaqueline Reyes às 18h27